segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Ilhéus mistura axé com blocos tradicionais

O Carnaval em Ilhéus começou a todo vapor neste domingo, 14, com os cantores Cid Guerreiro, Viviane Trípodi e a banda Capricho arrastando multidões no circuito oficial da festa, a Avenida Soares Lopes, na orla marítima da cidade. Além das atrações contratadas, a folia ilheense está sendo animada pelos tradicionais blocos afros e de bairros que preservam as raízes culturais dos antigos carnavais daquele importante município da região cacaueira da Bahia.

Uma novidade para este ano é a realização de uma “Matinê Infantil Itinerante”, com a Banda Sapecas. “Apesar de ser um carnaval tímido, porque a situação financeira do município não permite algo maior, o governo do Estado contribuiu, temos a agradecer muito à Secretaria de Turismo do Estado”, afirmou o prefeito Newton Lima.

Sem as preocupações, naturais, do prefeito, os ilheenses e milhares de visitantes se jogaram na festa. Homens viram mulheres e adultos viram crianças. Tem homem cerveja, homem careca e homem com cabelo rosa, laranja, verde, azul. Um festival de cores e alegria na avenida. O ‘carnaval da família’ começou por volta das 16 horas com trios elétricos improvisados. Carros, caminhões e até bicicletas com som faziam a alegria dos foliões.

Crianças, bebês, idosos, todas as idades representadas. “Dá para curtir a festa com toda a família. Aqui a alegria é garantida, por isso trouxe minhas filhas Mariana, de 1 ano e 10 meses, e Maria Luiza de 3 anos”, disse o turista mineiro Renato Leite.

Antes das atrações principais entrarem em cena, a diversão foi garantida pelo desfile de blocos tradicionais como ‘Os travestidos’, ‘Come-come’, ‘Gabiguetes’, ‘Jujuba e Cia, ‘Vonga pescador’ e com as marchinhas carnavalescas da Banda ‘Os Caretas’. “Esse é um carnaval do povo, da alegria do povo de Ilhéus. É bom para o turismo, é bom pra gente. Eu coloquei minha fantasia, juntei minhas amigas e viemos fazer a festa aqui na avenida”, dizia, entusiasmada, a cozinheira Luciene Soares.

Para os mais debochados, os blocos Gabiguetes e Travestidos fizeram a festa. “Tenho 10 anos de travestido. A tradição começou com uma brincadeira. A gente faz a festa com recurso próprio pra manter a tradição de todo domingo de carnaval se vestir de mulher, colocar salto alto e desfilar na avenida”, diz o militar Thiago Oliveira, 23 anos, um dos fundadores do bloco Os Travestidos.

“Tem que ser muito homem pra se vestir de mulher. É uma homenagem às gabrielas da nossa terra, a todas as mulheres”, completa Robson Andrade ou Biozete, como é conhecido no bloco Gabiguetes.

Para garantir a segurança dos foliões, a polícia instalou câmeras em todo o circuito do carnaval, detectores de metal, barreiras nas entradas da avenida e pôs nas ruas o seu bloco, com 120 policiais. “Até o momento não temos nenhuma ocorrência, estamos fazendo também um trabalho preventivo para evitar que a violência atrapalhe a festa”, explicou, na noite do domingo, o Tenente Heloísio Souza.

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