Marina levará aos candidatos uma agenda com dez itens

A ex-presidenciável do PV, senadora Marina Silva, apresentou nesta sexta-feira, em São Paulo, um programa com dez itens que pretende apresentar aos dois candidatos à Presidência que disputam o segundo turno. O programa, intitulado “Agenda por um Brasil justo e sustentável”, contempla temas como transparência e ética, reforma eleitoral, mudanças climáticas e, principalmente, o veto à proposta de alteração do código florestal que está sendo discutido no Congresso Nacional.

A proposta, segundo a senadora, foi apresentada primeiro à sociedade, durante entrevista à imprensa hoje, e posteriormente será encaminhada a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). O documento estará disponível no site da ex-candidata a partir desta sexta-feira.

Liberdade aos filiados
Marina explicou que o documento não norteará unicamente a decisão do partido durante a convenção que será realizada no próximo dia 17. Na convenção, o PV definirá sua posição no segundo turno. Sobre esse assunto, a senadora voltou a dizer que, mesmo que o partido tome a decisão de apoiar um dos dois candidatos, os filiados da legenda terão total liberdade para optar pela candidatura que quiserem. “Isso (a liberdade de escolha) precisa ser preservada”, afirmou Marina.
Mulher na Presidência
A ex-presidenciável não revelou se vai apoiar algum candidato no segundo ou se ficará neutra. Questionada pelos jornalistas, ela disse que o Brasil está preparado para ter uma presidente mulher.
"O Brasil está preparado para ter uma mulher na Presidência da República. Tem sinalizado isso. Caberá a quem está na disputa como mulher, conquistar e convencer os votos dos eleitores. Não sou eu que vou dizer isso. Mas que bom que o Brasil está preparado. Poderia ser duas mulheres".
Aborto
Embora o tema mais recorrente desta campanha, o aborto, não esteja contemplado no documento preparado pelo PV, Marina Silva disse que considera o item importante, mas que não viu necessidade de incluir no programa que será apresentado para Dilma e Serra.

Segundo Marina, em virtude do debate sobre o aborto já estar pautando a eleição presidencial, ela achou desnecessário incluir no documento. “Quando nós colocamos item de garantia da liberdade religiosa, acreditamos que essa questão do aborto está inclusa. Isso surgiu inicialmente comigo e nem foi abordada com os outros candidatos no primeiro turno. Agora apareceu para os outros candidatos, e eles, de antemão, se colocaram contrários, como eu sou”, disse ela.
Documento
O combate à discriminação sexual, racial e religiosa está contemplado no último item do documento elaborado pelo PV. A reivindicação ainda pede a demarcação das terras indígenas e criação de um fundo para apoiar projetos indígenas.
Aos jornalistas, a senadora afirmou que “queremos fazer do segundo turno uma didática político-eleitoral diferente dos demais partidos e baseadoa em programa. Espero que esse documento (apresentado hoje contribua positivamente para o processo”. Marina disse ainda que não está pensando naquilo que favorece o partido, “mas naquilo que o Brasil merece. Por isso, estamos dando essa contribuição para o avanço político”, completou.
A ex-presidenciável explicou que o documento de 10 itens é uma condensação do programa de governo apresentado por ela durante o processo eleitoral. Apesar de constar compromissos como o não controle da liberdade de imprensa e a criação de uma agência reguladora para a política nacional de mudanças climáticas, Marina disse que o documento não tem uma prioridade específica.
O programa também aborda a questão da segurança pública e da “educação para a sociedade do conhecimento”, com proposta de elevação do investimento público na educação para 7% do PIB, priorizando investimentos na universalização do acesso à escola e na eliminação do analfabetismo até 2018.