domingo, 15 de novembro de 2009

Cesare Battisti entra em greve de fome na prisão, diz senador

O ex-ativista comunista italiano Cesare Battisti, preso no Brasil, entrou em greve de fome para protestar contra a sua possível extradição para a Itália, onde enfrentaria processos por assassinato. A informação foi divulgada pelo senador José Nery (PSOL-PA). Battisti entregou a Nery uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se diz pronto para morrer no Brasil e assim não ser mandado de volta para a Itália, onde sofre perseguição política.

Cesare Battisti

Battisti: minha vida está nas mãos do presidente Lula

Na tarde de sexta-feira, 13, na penitenciária da Papuda, em Brasília, Cesare Battisti entregou uma carta ao senador José Nery (PSol/PA) e pediu que o parlamentar a enviasse a Lula. Nery, que apóia a libertação de Battisti, o visitou na prisão e relatou que o ex-ativista, preso desde 2007, está muito fragilizado emocionalmente.

Na carta, entregue por Nery ao secretário geral da presidência da República, Luiz Dulci, Battisti afirma que sempre lutou pela vida. "Mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pelas mãos dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim (...) a verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver".

Dulci se comprometeu em repassar a carta às mãos do presidente em Natal, no Rio Grande do Norte, na noite de sexta, onde iria se encontrar com Lula que fará uma viagem à França e à Italia neste fim de semana. Rosa da Fonseca, membro do Comitê de Solidariedade a Cesari Battisti, também estava presente no momento da entrega.

O italiano considera surpreendente e absurdo que a Itália o tenha condenado por ativismo político: "no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato".

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