quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bairro de Alagoinhas inunda pela segunda vez

Pouco mais de duas semanas após terem suas casas inundadas, moradores da Rua São José, no bairro Mangalô, em Alagoinhas (a 108 km de Salvador), voltaram a passar pela mesma experiência, com a forte chuva que caiu no município na terça-feira, 15.

A obra de drenagem das águas pluviais, iniciada depois da primeira inundação, está sendo feita. Entretanto, isso deixou a rua em condições ainda piores para suportar a nova enxurrada. A água alagou várias residências.

O alagamento é atribuído pelos moradores à construção de 780 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, realizado na região. As unidades estão sendo erguidas pela construtora JNC, de Sergipe. Para dar lugar às moradias, foi desmatada uma ampla área mais elevada, vizinha à Rua São José.

Quem teve a casa inundada e não se abrigou com parentes ou vizinhos está hospedado em hotel pago pela empresa. Moradores criaram uma comissão para negociar com a JNC. Anete Calda faz parte dessa comissão e disse que a JNC está cumprindo com seus compromisso. Depois da chuva de terça, porém, as pessoas voltaram a ficar preocupadas. “Após dois alagamentos, esta casa está com a estrutura comprometida e não vai servir mais”, afirmou Antônia da Conceição, apontando a sua casa.

Mas depois da inundação de terça, os moradores temem que a obra de drenagem não seja suficiente e querem um engenheiro independente para avaliar o serviço. “Eu tenho certeza que após dois alagamentos, esta casa está com a estrutura comprometida e não vai servir mais”, afirma Antônia da Conceição, que diz querer outra casa, ainda que menor.

A vizinha Eliete dos Santos Silva levanta outro problema. A falta de material escolar dos filhos. Tudo foi perdido na enchente do final de março. São quatro crianças, que estão abrigadas com ela na residência provisória paga pela JNC. Ela e outros moradores se queixaram da falta de apoio da prefeitura.

A diretora da secretaria de Ação Social de Alagoinhas, Antônia dos Santos, afirma que diariamente tem prestado assistência aos moradores, providenciando segunda via de documentos, assistência médica e psicológica. “Até dois cachorros levamos ao veterinário”, acrescenta a secretária de Ação Social, Tatiana Andrade.

De acordo com as funcionárias da prefeitura, esta segunda inundação atingiu poucas casas, diferente da primeira, quando 45 foram afetadas.

Quanto ao material escolar, Antônia argumenta que a responsabilidade pela indenização é da construtora. Mas garante que o problema estará sendo resolvido nos próximos dias, pois tem reunião marcada com os proprietários da empresa. Na tarde de quarta não havia ninguém da JNC em Alagoinhas autorizado a falar com a imprensa.

Fonte:Jornal A Tarde

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